ETHOS E CENOGRAFIA NO DISCURSO LITERÁRIO
UMA ANÁLISE DE “ULALUME” (1847), DE EDGAR ALLAN POE
Resumo
O conceito de ethos discursivo, quando aplicado ao discurso literário, pode ser muito útil para auxiliar nas atividades de interpretação e análise de um texto. Com isso, o objetivo deste artigo é investigar, em “Ulalume”, de Edgar Allan Poe, como se dá a construção dos ethé discursivos presentes no poema e como a cenografia participa dessa construção. Tendo como base teórico-metodológica a Análise do Discurso, utilizamos a perspectiva elaborada por Dominique Maingueneau quanto ao conceito de ethos discursivo e à noção de cenografia, com seus devidos elementos constitutivos: enunciador, co-enunciador, topografia e cronografia. Aplicando tais conceitos à enunciação literária e analisando cada estrofe do poema, concluímos que os ethé que se manifestam em “Ulalume” - o do eu lírico e o de sua companheira, Psiquê - estão intimamente relacionados, sendo, em realidade, desdobramentos de um mesmo eu discursivo. Oferecemos, dessa maneira, uma demonstração de como a Análise do Discurso pode contribuir com pesquisas dos Estudos Literários.
Referências
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